“Museólogo, historiador, memorialista, arquivista, escritor, contador, amante da cultura e da arte, Antônio Perdigão representou como poucos a obstinação, o sonho, o amor a história e a sua terra e a abnegação em sua missão.”
Filho de um ferroviário e uma dona de casa, Antônio Luiz Batista Perdigão, nasceu no dia 15 de Novembro de 1918, numa casa ao lado da Igreja de Santo Antônio, quando Conselheiro Lafaiete ainda chamava-se Queluz, tendo herdado o nome do seu avô paterno.
Desde muito jovem tinha uma mania peculiar – que deixava a mãe, Dona Alzira, de cabelo em pé – era um “acumulador”, juntando retratos, jornais, programas de eventos e peças que achava interessantes, característica que permaneceria durante toda sua vida.
Na juventude
Estudou nas Escolas Domingos bebiano, Manoel Martins e Monsenhor Horta (na época anexo a Faculdade do Comércio).
Chegou a formar-se Contabilista nesse período mas o próprio reconhece que nunca foi um amante dos números e nunca exerceu a profissão.
Aficionado por esportes o próprio reconhece que apesar de gostar nunca teve muito talento para sua prática o que não o impediu de fundar times de voleibol e futebol, como o clube 02 de Janeiro e de se envolver com os bailes e folias carnavalescas da época, tendo sido diretor do Clube Santa Cecília por mais de 30 anos.
Apaixonado pela dança chegou a ganhar concursos de Tango e Valsa Vienense.
Rio de Janeiro
De volta a Lafaiete
Após viver no Rio de Janeiro até o final da década de 50, decide retornar a Lafaiete e inicia o trabalho de organização de seu acervo, até que em 2 de janeiro de 1976 inaugura seu Museu no bairro Rosário na Rua Barão de Coromandel, 334, sendo transferido depois para a Rua Afonso Pena , 89 em 13/05/1979 (em uma casa que foi demolida).
Em 1987 o Museu passa a ocupar o prédio da Antiga Cadeia Pública, reunindo documentos diversos, fotografias, vestimentos, instrumentos musicais, utensílios do cotidiano, resgatando e preservando boa parte da história lafaietense, popularizando e dando acesso a todos a seu acervo.
Perdigão escreveu diversos artigos em vários jornais de Conselheiro Lafaiete,e que citava inúmeros fatos de nossa cidade.
Em 1990 publicou um pequeno livro, intitulado Calendário Histórico da Cidade de Conselheiro Lafaiete” por ocasião das comemorações do bicentenário de Conselheiro Lafaiete. e no mesmo ano publicou o livro “Cruzeiros de Lafaiete”.
Uma informação importante que entre as várias descobertas hostóricas uma de suas maiores contribuições foi ter corrigido a data de emancipação Política de Conselheiro Lafaiete, que é 19 de setembro de 1790, e não 02 de janeiro.
Os últimos anos
No final da vida residindo em um pequeno espaço nos fundos do museu, o mestre desgastado, encontrou junto ao Grupo Lesma o apoio necessário para publicar seu primeiro e único livro: “De Vila Real de Queluz a Conselheiro Lafaiete”(20017), uma preciosidade que reúne sua memória e parte dos textos publicados durante vários anos em sua coluna Memória Lafaietenses veiculada por diversos jornais da região.
Neste período doou seu acervo e museu para o município e acompanhou atento a reforma que foi realizada no espaço.
Entretanto o destino quis que não prestigiasse sua reabertura. Antônio Perdigão faleceu na noite do dia 31 de agosto de 2010 aos 92 anos em decorrência de diversos problemas de saúde relacionados a idade avançada. Era véspera da reinauguração.
Partia junto com o velho museu deixando seu legado para todos e tornando-se ele próprio um dos personagens que tanto amava.
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Como citar essa notícia
OLIVEIRA, Eric Menezes e. Antônio Perdigão: O Guardião da Memória (notícia). In: Projeto Conhecer sua história de uma forma diferente!.
Disponível em: https://projetoconhecer.com.br/2018/11/01/antonio-perrdigao/.
Publicado em: 29 jan. 2019.
Fotos:
Para utilização de fotos autorais (que possuem autor creditado em sua legenda) favor entrar em contato com projetoconhecer@gmail.com
Fontes Consultadas
Agenda Lafaietense – Informativo de acontecimentos culturais em Lafaiete e Região – nº03/Maio de 2002 – Disponível na Biblioteca Quincas de Almeida
Acervo do Museu e Arquivo Antônio Perdigão
Jornal Correio de Minas outubro de 2007 – Disponível na Biblioteca Quincas de Almeida
Jornal Nova Gazeta – 27/02 de 1999 – 47ª Edição – Disponível na Biblioteca Quincas de Almeida
Jornal Expressão regional – 03/09/2010 – Disponível na Biblioteca Quincas de Almeida
A Palavra out/nov 2014 – Disponível na Biblioteca Quincas de Almeida
Curta Documental:O Guardião da Memória Lafaietense – Kátia Matos (2009 – 12 min)