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Pão de Queijo: o “cartão de visita” de minas

A tradicional delícia mineira

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A receita que surgiu nas montanhas de Minas veio de uma necessidade. Muitos ingredientes dificilmente chegavam até o local. Os antigos moradores usaram, então, o que tinham à mão para fazer o pãozinho legitimamente brasileiro.

“O pão de queijo não é tecnicamente um pão, não usa nenhum tipo de fermento para produzir o crescimento do pão, então, ele tecnicamente é um biscoito de polvilho, né? Mas, ele adquire um valor tão grande, cultural, na subsistência dessas famílias, que dá-se a ele o nome de pão”, explica o historiador da UFMG. Quem ousaria dar outro nome a esse patrimônio nacional? É pão e pronto.

Uma das histórias que melhor ilustra o nascimento do prato típico mineiro remonta ao início do Sec. XVIII. Mas há muito já se fazia a receita com polvilho. Paralelo à época da escravidão, nas fazendas mineiras era de costume servir aos senhores o pão com café. No entanto, a farinha que chegava às fazendas da época não era de boa qualidade, e assim para fazer seus pães, as cozinheiras passaram a substituir a farinha por polvilho, criando os primeiros pães de queijo mineiros.
Como o queijo nesse período era farto, sobrava e logo endurecia. Desta forma, com o queijo ralado, viria a iniciar o seu uso pelas cozinheiras em suas receitas, desenvolvendo os verdadeiros pães de queijo mineiros conhecidos até hoje. Os ingredientes usados para preparar a receita, eram todos produzidos nas fazendas de minas e assados em fogão a lenha, servido sempre quentinho, já que quando frio ele endurece como o queijo. Essa especiaria passou a fazer parte da rotina dos mineiros e criou-se o habito de comê-lo sempre após as refeições, além de saboreá-lo com café. Com o tempo, a receita foi se espalhando por todo o país e ganhando o mundo. Hoje, países como Estados Unidos, Portugal, Itália e Japão importam os deliciosos pães de queijo brasileiro.
Apesar de ser denominado como “pão”, o pão de queijo, não utiliza fermento biológico ou químico, e consiste basicamente em um tipo de biscoito de polvilho azedo ou doce acrescido de ovos, sal, banha de porco, óleo vegetal e derivados de queijo de leite de vaca, de consistência macia e elástica. Empresas brasileiras fabricam e exportam pães de queijo congelados para a Europa, América, Japão, entre outros lugares.
Há diversas receitas, em que os ingredientes e o tipo do queijo variam muito bem como o resultado final. Algumas usam polvilho doce, outras o azedo, ou ambos. Mas o que dá a sua principal característica é o fato de ser feito à base de polvilho de mandioca e algum tipo de queijo.
A gordura – banha de porco, óleo vegetal, manteiga ou margarina – funciona como um lubrif cante molecular, contribuindo para a textura elástica da massa, o ovo contribui com a cor e seu sabor e o tipo de queijo varia de acordo com a preferência ou disponiblidade.
Os mais utilizados são muçarela, parmesão, sendo os mais tradicionais o queijo minas
curado e queijo minas padrão.
O queijo dá o sabor típico do pão de queijo, daí seu nome.
Existe também o pão de queijo escaldado, técnica de preparo que exige utilizar água fervente, às vezes misturada com óleo vegetal no polvilho. O pão de queijo escaldado tem um sabor mais próximo do natural, já que no processo de escaldamento a massa fica pré cozida.

Por que esse pãozinho é tradicionalmente conhecido como mineiro?
A culinária mineira passou por uma evolução que condiz com a história do pão de queijo. Hoje em dia, se você vai até Minas, é comum perceber toda a paixão e a hospitalidade dentro das casas, principalmente no interior.
Os mineiros servem o cafezinho do dia a dia sempre acompanhado de um bom pão de queijo. Tudo isso porque foi no estado que os ingredientes para a atual receita foram evoluindo. Primeiro, a goma vem da mandioca, que se transforma em polvilho azedo ou doce.Depois, vieram os outros itens, como os ovos, a gordura de porco, o sal, o leite, a nata, a manteiga e, por fim, a fabricação dos queijos. Todos esses insumos se juntaram e formaram o biscoito de goma, que, enrolados em formato de esfera e assados, deram início à produção do famoso pãozinho que conhecemos na atualidade.

Alguns países da América Latina possuem pães com receitas semelhantes à do pão de queijo mineiro, na Colômbia o produto é chamado de pan de Bono que tem um formato achatado. O Paraguai e Argentina também possuem um pão com receita bem semelhante, a Chipa que possui formato de “U”. No Equador, existe o “pan de yuca”, que tem o mesmo formato do nosso pão de queijo brasileiro, lá é tradição comer o pan de yuca acompanhado de iogurte.

Ingredientes
4 copos(americanos)de polvilho doce
(500g)
1 colher de (sopa) fondor maggi ou sal
a gosto
2 copos de (americano)de leite (300ml)
1 copo (americano) de óleo (150 ml)
2 ovos grandes ou 3 pequenos
4 copos (americano) de queijo minas
meia cura ralado
óleo para untar
Modo de preparo
• Colocar o polvilho em uma tigela grande à parte, aquecer o fondor, o leite e o óleo
• Quando ferver escaldar o polvilho
com essa mistura, mexer muito
bem para desfazer pelotinhas
• Deixe esfriar
• Acrescentar os ovos um a um, alternando com o queijo e sovando
bem após cada adição
• Untar as mãos com óleo, se necessário
• Enrolar bolinhos de 2 (cm) de diâmetro e colocá-los em uma assadeira untada
• Levar ao forno médio (180º), pré-aquecido
Assar até ficarem dourados